domingo, 4 de novembro de 2012

Português - Agrup 10 (Aulas 22, 23 e 24)


SESI / NOVO TELECURSO  /  Profª Claudia Rocha  
LINGUAGEM: PORTUGUÊS    (Agrupamento 10 – aula 22, 23 e 24) 

Aula 22, 23 e 24 – Eu sei do que estou falando. E você?   Na cenatexto, a historia aponta para dois personagens principais ou protagonistas: Sandra e Zé Carlos. Também temos personagens secundários ou coadjuvantes: o pai, a mãe, a colega de trabalho de Sandra, Alemão, o dono do bar. Mas, se olharmos bem, vamos descobrir que ainda aparecem, com destaque, outros dois “personagens”: o despertador de Zé Carlos e o carro de Sandra. Nós os chamamos de personagens porque, na historia, eles praticamente são tratados como pessoas. Preste atenção a frase e algumas palavras: “ O relógio, insensível, insiste, cumpre seu dever, (que é acordar Zé Carlos).” Trata-se o relógio como pessoa, dando-lhe características e comportamentos próprios de seres humanos. Ele é insensível, não tem nenhuma piedade do dorminhoco; ele insiste e cumpre seu dever, como se tivesse vontade e responsabilidade. A mesma coisa o carro de Sandra: “ O carro engasga, tosse, resmunga e desiste. Depois, talvez por cansaço ou capricho, resolve pegar.” O automóvel da gerente parece gente: ele engasga, tosse, resmunga, como pessoa gripada e ranzinza. E, parecendo ter vontade própria, desiste, muda de idéia e resolve pegar. Esse modo de tratar coisas e objetos inanimados, sem vida, como se fossem pessoas, é um recurso muito usado pelos usuários da língua chamado PERSONIFICAÇÃO (animismo, prosopopéia) que consiste na atribuição de características humanas a seres inanimados ou animais, ou simplesmente na atribuição de características de seres vivos a coisas inanimadas. As possibilidades expressivas da personificação são ilimitadas, mas todas elas assentam sobre o mesmo fundamento: uma aproximação mais afetiva e menos lógica do mundo envolvente. Você também pode fazer isso em suas redações. Basta só um pouco de inspiração e muita vontade. Nos diálogos da cenatexto, a linguagem é informal, simples, despreocupada, bem popular. Característica desse tipo de linguagem é uma certa intimidade das pessoas que fala com as palavras que ela diz. Isso transparece, por exemplo, no uso constante de expressões diminutivas: “deixar seu dinheirinho”, dar uma olhadinha”, “barulhinho estranho”. Só que essas expressões quase nunca são diminutivas. O dinheirinho do pai de Sandra pode ser uma grande quantia, tal barulhinho pode incomodar a beça, e a famosa olhadinha as vezes é um exame bastante minucioso. Vamos a um exemplo tirado da canção "Coisa bonita", gravada por Roberto Carlos: Amo você assim e não sei por que tanto sacrifício ginástica, dieta não sei pra que tanto exercício olha, eu não me incomodo um quilinho a mais não é antiestético Pode até me beijar, pode me lamber que eu sou dietético... Essa música de Roberto e Erasmo Carlos foi feita para as pessoas que são, digamos, gordinhas. Quando se diz "gordinho" ou "gordinha", usa-se o diminutivo, no caso diminutivo de um adjetivo. Esse diminutivo tem um VALOR AFETIVO: "gordinho" é um termo mais delicado que "gordão", que é o aumentativo. Nesse caso, o diminutivo não transmite necessariamente a idéia de tamanho, e sim a idéia de algo mais delicado, suave, afetivo, como fizeram os compositores com a palavra "quilinho". Na verdade, não pode haver um quilo menor do que outro quilo. Ao pé da letra, "quilinho" é um absurdo. Na letra da música, no entanto, a palavra adquire um valor afetivo justamente por causa do diminutivo. Vamos lembrar a aula 5: Sandra é bancaria e gerente; os sufixos indicam a profissão/ocupação. Assim como em operário, empreiteiro, servente, superintendente. Zé Carlos é microempresário; percebe-se logo que o PREFIXO micro- acrescenta uma idéia, um significado novo a palavra empresário. Empresário é aquele que empreende, que possui e dirige uma empresa; é dono de um negócio. E microempresário? É tudo isso também; só que em menor escala, pois micro – quer dizer pequeno e, quando se junta a palavra empresário, modifica-a, dando a ela um novo sentido. Existem, ainda, prefixos que fazem as coisas ficarem grandes, enormes, poderosas, como super-, macro-, mega-, e hiper-, ou que fazem as coisas mostrarem variedade, diversidade, como multi-: supermercado, multimilionário, macroempresa, hipermercado e megainvestidor. É neste mundo de coisas grandes e pequenas, de palavras novas a toda hora, que os prefixos, como micro-, super-, hiper-, mega-, mini-, multi-, super- e outros são valorizados. As vezes as diferenças entre as próprias palavras são diminutas, quase imperceptíveis. O bom disso tudo é que a língua fica sempre atualizada e enriquecida; cada dia se formam mais e mais palavras. Escrever é assim mesmo. É ter uma idéia, sentir uma emoção, imaginar uma situação, escolher e experimentar palavras, frases; tentar de várias maneiras, até você mesmo achar que ficou bom, que era o que queria dizer. O ser humano, o trabalhador, o escritor existe para enfrentar e superar desafios. Nunca desistir. Sempre recomeçar, pois é isso que vale a pena.

Queridos alunos...  Esse material impresso é um complemento, um resumo bem sintetizado que preparei para vocês. É de extrema importância à leitura dos textos do livro “Novo TELECURSO – PORTUGUÊS – Ensino Fundamental”. Lembre-se: Não deixe para o amanhã o que se pode fazer hoje.          Um grande abraço.              Profª Claudia Rocha.


ATIVIDADE DO LIVRO

Aula 22 – PÁG 115 e 166 : ENTENDIMENTO

1.Sandra e Zé Carlos tinham profissão e grau de instrução diferentes. O que cada um deles fazia na vida?

2. Tanto Sandra quanto Zé Carlos acordam as sete horas da manhã. Mas ele levanta mal-humorado e ela bem humorada. Na sua opinião, qual o motivo dessa diferença de humor?

3. Você tem idéia do que seja um cliente preferencial de um banco? Tente explicar.

4. Mostre em que momento da historia Sandra e Zé Carlos usam linguagem bem profissional. Ela, a linguagem de banco; ele, a de mecânico.

5. Por que Zé Carlos e Sandra, cada um numa situação específica, usam a mesma frase: “Eu sei do que estou falando”.


Aula 23 – PÁG 122: REFLEXÃO
Sabemos que a história de Sandra e Zé Carlos ainda não terminou. Mas, mesmo assim, já dá para refletir um pouco sobre as coisas que aconteceram e, talvez, sobre o que ainda pode acontecer.

1. Sandra concordou com o jornal em relação ao mercado de ações? A opinião dela foi justificada ou apenas um palpite?

2. Você achou certos ou não os conselhos de seu Antunes a Zé Carlos sobre o que fazer com o dinheiro da loteria? Você daria outros conselhos? Ou melhor, o que faria se fosse você o ganhador? É um bom dinheiro! Um ano de salário!

3. Esta pergunta pode ter muito a ver com a anterior. Você concorda que, para uma pessoa, trabalhadora e controlada nas despesas, como Zé Carlos, ter, assim de repente, muito dinheiro é um problema? Defenda sua opinião.

4. Pense naquele ditado: “ Não deixe para amanhã...” O resto você sabe, não é? Pois bem, você acha que o que aconteceu com Sandra e seu carro poderia ter sido evitado? Ou você justificaria totalmente Sandra?


ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Vamos retomar o parágrafo que foi escrito na Aula 24. Imagine que você é um dos dois personagens: Sandra ou Zé Carlos. Agora, refaça o parágrafo como se você estivesse escrevendo sobre você mesmo(a) e sobre o(a) outro(a) personagem. Pode alterar o que preferir, o importante é manter o conteúdo: quando a que horas acordam, como são despertados e como se comportam ao serem arrancados do sono.


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