SESI / NOVO TELECURSO
/ Profª Claudia Rocha
LINGUAGEM: PORTUGUÊS (Agrupamento
10 – aula 22, 23 e 24)
Aula 22, 23 e 24 – Eu sei do que estou falando. E você? Na
cenatexto, a historia aponta para dois personagens principais ou protagonistas:
Sandra e Zé Carlos. Também temos personagens secundários ou coadjuvantes: o
pai, a mãe, a colega de trabalho de Sandra, Alemão, o dono do bar. Mas, se
olharmos bem, vamos descobrir que ainda aparecem, com destaque, outros dois
“personagens”: o despertador de Zé Carlos e o carro de Sandra. Nós os chamamos
de personagens porque, na historia, eles praticamente são tratados como
pessoas. Preste atenção a frase e algumas palavras: “ O relógio, insensível, insiste,
cumpre seu dever, (que é acordar Zé Carlos).” Trata-se o relógio como
pessoa, dando-lhe características e comportamentos próprios de seres humanos.
Ele é insensível, não tem nenhuma
piedade do dorminhoco; ele insiste e cumpre seu dever, como se tivesse vontade
e responsabilidade. A mesma coisa o carro de Sandra: “ O carro engasga, tosse, resmunga
e desiste. Depois, talvez por cansaço ou capricho, resolve pegar.” O
automóvel da gerente parece gente: ele engasga, tosse, resmunga, como pessoa
gripada e ranzinza. E, parecendo ter vontade própria, desiste, muda de idéia e
resolve pegar. Esse modo de tratar coisas e objetos inanimados, sem vida, como
se fossem pessoas, é um recurso muito usado pelos usuários da língua chamado PERSONIFICAÇÃO (animismo, prosopopéia) que consiste na
atribuição de características humanas a seres inanimados ou animais, ou
simplesmente na atribuição de características de seres vivos a coisas
inanimadas. As possibilidades
expressivas da personificação são ilimitadas, mas todas elas assentam sobre o
mesmo fundamento: uma aproximação mais afetiva e menos lógica do mundo
envolvente. Você também pode fazer isso
em suas redações. Basta só um pouco de inspiração e muita vontade. Nos diálogos
da cenatexto, a linguagem é informal, simples, despreocupada, bem popular.
Característica desse tipo de linguagem é uma certa intimidade das pessoas que
fala com as palavras que ela diz. Isso transparece, por exemplo, no uso
constante de expressões diminutivas: “deixar seu dinheirinho”, dar uma
olhadinha”, “barulhinho estranho”. Só que essas expressões quase nunca são diminutivas.
O dinheirinho do pai de Sandra pode ser uma grande quantia, tal barulhinho pode
incomodar a beça, e a famosa olhadinha as vezes é um exame bastante minucioso. Vamos
a um exemplo tirado da canção "Coisa bonita", gravada por Roberto
Carlos: Amo você assim e não sei por que tanto sacrifício ginástica, dieta
não sei pra que tanto exercício olha, eu não me incomodo um quilinho a
mais não é antiestético Pode até me beijar, pode me lamber que eu sou
dietético... Essa música de Roberto e Erasmo Carlos foi feita para as
pessoas que são, digamos, gordinhas. Quando se diz "gordinho" ou
"gordinha", usa-se o diminutivo, no caso diminutivo de um adjetivo.
Esse diminutivo tem um VALOR AFETIVO:
"gordinho" é um termo mais delicado que "gordão", que é o
aumentativo. Nesse caso, o diminutivo não transmite necessariamente a idéia de
tamanho, e sim a idéia de algo mais delicado, suave, afetivo, como fizeram os
compositores com a palavra "quilinho". Na verdade, não pode haver um
quilo menor do que outro quilo. Ao pé da letra, "quilinho" é um
absurdo. Na letra da música, no entanto, a palavra adquire um valor afetivo
justamente por causa do diminutivo. Vamos lembrar a aula 5: Sandra é bancaria e
gerente; os sufixos indicam a profissão/ocupação. Assim como em operário,
empreiteiro, servente, superintendente. Zé Carlos é microempresário; percebe-se
logo que o PREFIXO micro-
acrescenta uma idéia, um significado novo a palavra empresário. Empresário é
aquele que empreende, que possui e dirige uma empresa; é dono de um negócio. E
microempresário? É tudo isso também; só que em menor escala, pois micro – quer
dizer pequeno e, quando se junta a palavra empresário, modifica-a, dando a ela
um novo sentido. Existem, ainda, prefixos que fazem as coisas ficarem grandes,
enormes, poderosas, como super-, macro-, mega-, e hiper-, ou que fazem as
coisas mostrarem variedade, diversidade, como multi-: supermercado,
multimilionário, macroempresa, hipermercado e megainvestidor. É neste mundo de
coisas grandes e pequenas, de palavras novas a toda hora, que os prefixos, como
micro-, super-, hiper-, mega-, mini-, multi-, super- e outros são valorizados.
As vezes as diferenças entre as próprias palavras são diminutas, quase
imperceptíveis. O bom disso tudo é que a língua fica sempre atualizada e
enriquecida; cada dia se formam mais e mais palavras. Escrever é assim mesmo. É
ter uma idéia, sentir uma emoção, imaginar uma situação, escolher e
experimentar palavras, frases; tentar de várias maneiras, até você mesmo achar
que ficou bom, que era o que queria dizer. O ser humano, o trabalhador, o
escritor existe para enfrentar e superar desafios. Nunca desistir. Sempre
recomeçar, pois é isso que vale a pena.
Queridos alunos... Esse material impresso é um complemento, um resumo
bem sintetizado que preparei para vocês. É de extrema importância à leitura dos
textos do livro “Novo TELECURSO – PORTUGUÊS – Ensino Fundamental”. Lembre-se:
Não deixe para o amanhã o que se pode fazer hoje. Um grande abraço. Profª Claudia Rocha.
ATIVIDADE DO LIVRO
Aula 22 –
PÁG 115 e 166 : ENTENDIMENTO
1.Sandra e Zé Carlos
tinham profissão e grau de instrução diferentes. O que cada um deles fazia na
vida?
2. Tanto Sandra quanto
Zé Carlos acordam as sete horas da manhã. Mas ele levanta mal-humorado e ela
bem humorada. Na sua opinião, qual o motivo dessa diferença de humor?
3. Você tem idéia do
que seja um cliente preferencial de um banco? Tente explicar.
4. Mostre em que
momento da historia Sandra e Zé Carlos usam linguagem bem profissional. Ela, a
linguagem de banco; ele, a de mecânico.
5. Por que Zé Carlos e
Sandra, cada um numa situação específica, usam a mesma frase: “Eu sei do que
estou falando”.
Aula 23 – PÁG 122: REFLEXÃO
Sabemos que a
história de Sandra e Zé Carlos ainda não terminou. Mas, mesmo assim, já dá para
refletir um pouco sobre as coisas que aconteceram e, talvez, sobre o que ainda
pode acontecer.
1. Sandra concordou com
o jornal em relação ao mercado de ações? A opinião dela foi justificada ou apenas
um palpite?
2. Você achou certos ou
não os conselhos de seu Antunes a Zé Carlos sobre o que fazer com o dinheiro da
loteria? Você daria outros conselhos? Ou melhor, o que faria se fosse você o
ganhador? É um bom dinheiro! Um ano de salário!
3. Esta pergunta pode
ter muito a ver com a anterior. Você concorda que, para uma pessoa,
trabalhadora e controlada nas despesas, como Zé Carlos, ter, assim de repente,
muito dinheiro é um problema? Defenda sua opinião.
4. Pense naquele
ditado: “ Não deixe para amanhã...” O resto você sabe, não é? Pois bem, você
acha que o que aconteceu com Sandra e seu carro poderia ter sido evitado? Ou
você justificaria totalmente Sandra?
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Vamos
retomar o parágrafo que foi escrito na Aula 24. Imagine que você é um dos dois
personagens: Sandra ou Zé Carlos. Agora, refaça o parágrafo como se você
estivesse escrevendo sobre você mesmo(a) e sobre o(a) outro(a) personagem. Pode
alterar o que preferir, o importante é manter o conteúdo: quando a que horas acordam,
como são despertados e como se comportam ao serem arrancados do sono.
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